Hoje me envolvi em uma discussão que tinha muito com o TAZ (que terminei também hoje). Foi sobre o Carnaval. Basicamente, eu repeti minha pergunta de sempre: para que serve o Carnaval? Que necessidades a festa atende?
O grupo disse as coisas que já estou acostumado a ouvir: que é uma festa onde as regras são suspensas, onde é muito mais fácil arrumar um parceiro sexual ou drogas, que “você pode fazer loucuras e ninguém tá nem aí”, iada, iada, iada.
A visão do carnaval como uma zona de autonomia temporária é algo bastante corriqueiro. Realmente, minhas poucas experiências com essa festa indicam que é um free for all. Mas uma elasticidade maior de certas regras é suficiente para configurar uma TAZ? Dinheiro, leis, limites territoriais e todo o resto continuam valendo. Não há uma mudança fundamental – mesmo que momentânea – no modo como as coisas funcionam.
Nem vou entrar na questão do carnaval não ter um “projeto político” (ou fazer parte de um), mas... O carnaval é instituído de cima, não? Ele não se organiza espontaneamente, mas é uma ferramenta – mais ou menos uma válvula de escape – para certas tensões surgidas no atrito de diferentes setores da sociedade. Mais que isso: ele é muito importante para a manutenção do mito da possibilidade de uma sociedade igualitária surgida a partir de uma sociedade capitalista.
Ou alguma coisa do tipo.